Fundação SM ouve professores em quatro países e apresenta um panorama da Educação
18 out 2023 · Releases ·5
Professores de escolas das cinco regiões do País integram a pesquisa realizada pela Fundação SM, apontando necessidades e expectativas dos profissionais que atuam na área de ensino.
A Fundação SM acaba de lançar os resultados de mais uma pesquisa relevante no campo da Educação. Sob o título Educo Barômetro, o estudo desta vez traz um panorama sobre aqueles que atuam na área da docência no País.
Ao todo, a pesquisa realizada em 2023, entre 24 de abril e 17 de maio, contou, no Brasil, com 600 entrevistas feitas com docentes da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio. As entrevistas foram presenciais, com probabilidade de erro de 4,0%, para mais ou para menos.
A amostra teve como base o Censo Escolar do INEP, abrangendo as cinco regiões do País, agrupadas por unidades federativas – Sul, Sudeste, Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A metodologia contemplou a distribuição proporcional de amostra para cada região, com 120 estabelecimentos de ensino selecionados no total. Para cada instituição, foram realizadas cinco entrevistas com professores, escolhidos de forma aleatória.
O estudo abordou aspectos como: as motivações que levaram o profissional a dedicar-se à docência; seu desenvolvimento no âmbito acadêmico; seu estado de ânimo e o nível de satisfação com a profissão, bem como as condições de trabalho.
O conjunto da pesquisa inclui a amostra coletada junto a instituições de ensino e profissionais da docência de outros três países: Espanha, onde está a sede da Fundação SM, Chile e México. Neste esforço conjunto, é possível estabelecer um comparativo entre resultados, segundo a diretora da Fundação SM para o Brasil, Érica de Carvalho. “Trata-se de uma análise que dá elementos sobre a percepção e as condições de trabalho do professorado em nosso País”.
A docência e a realização pessoal
A Pesquisa Educo Barômetro 2023 aponta que, entre os professores brasileiros ouvidos, a preocupação com a sociedade e a paixão por ensinar são fatores fundamentais que os motiva a atuar na área. As entrevistas trazem, neste sentido, como alternativas frequentes o gosto pela docência (27%) e a busca de melhoria da sociedade (25%).
Os resultados sugerem que o corpo docente continua fortemente identificado com as dimensões mais vocacionais da profissão – tal como mostrou a etapa da pesquisa realizada em 2007. Também o ideal como gerador de mudanças sociais permanece. Esta última característica, aliás, apresenta-se como traço diferencial dos docentes brasileiros, em comparação com os professores espanhóis e chilenos.
Reconhecimento profissional
Entre os entrevistados, 61% consideraram que os profissionais da docência são reconhecidos pelo bom desempenho em sua escola. No entanto, 67% dos professores não se sentem satisfeitos com suas condições de trabalho.
Um dos aspectos positivo manifestados é o fato de que 64% dos professores considerarem que a formação acadêmica recebida os preparou para a docência.
A maioria (65%), porém, considera que sua escola não se adapta às novas tendências da educação. Mesmo assim, cerca de 70% têm liberdade para usar materiais complementares próprios.
O estresse da profissão
Três a cada quatro docentes brasileiros afirmam ter manifestado traços de esgotamento físico e mental. A metade apresenta sintomas compatíveis com ansiedade e depressão, sendo que 42% demonstram falta de entusiasmo ou perda de interesse pelo que fazem.
É importante ressaltar que a docência é uma das profissões mais propensas a apresentar a síndrome de burnout (estresse crônico relacionado ao trabalho). “É, portanto, de se esperar que as pessoas que trabalham nas chamadas ‘profissões assistenciais’ ou em serviços públicos, como a docência, sejam mais afetadas por essa síndrome, já que estão sujeitas a um alto nível de esgotamento profissional”, comenta a diretora da Fundação SM no Brasil.
Em termos de causas de estresse, dois aspectos apresentam-se entre os brasileiros como barreiras para o desenvolvimento profissional (insatisfação com o salário) e dificuldades na tarefa docente (manter a disciplina em sala de aula).
Também foram mencionados de forma destacada: o volume de trabalho administrativo, tempo escasso para preparação de aulas e a percepção de serem considerados como responsável pela aprendizagem dos alunos.
A Fundação SM
A Fundação SM é uma instituição educacional sem fins lucrativos que trabalha para que, através da educação e da cultura, nenhuma menina e nenhum menino sejam deixados para trás. Concentra todas as suas iniciativas na melhoria da qualidade e equidade educacional a partir de quatro áreas de intervenção: Pesquisa Educacional, Projetos Socioeducativos, Capacitação Docente e Projetos Educacionais de Inovação Editorial.
Tem o respaldo de mais de quarenta e cinco anos de experiência no desenvolvimento de projetos educacionais e culturais na Espanha e nos países da Ibero-América. A Fundação SM destina os benefícios derivados da atividade empresarial da SM a programas que, através da educação, procuram contribuir para um mundo mais inclusivo, justo, pacífico e sustentável.
No país, a instituição está presente por meio da Fundação SM Brasil, criada em 2009, em São Paulo, com os mesmos objetivos e propostas de ações implementadas nos outros países onde a entidade atua.
https://oes.fundacion-sm.org/pt-br/
Foto: Divulgação.