Fundação SM realiza coquetel para lançamento do Observatório de Ensino Religioso no Brasil
04 out 2024 · Releases ·5
Pela primeira vez, pesquisa traz levantamento amplo e detalhado sobre o Ensino Religioso no Brasil e contempla a diversidade cultural e religiosa do país.
A Fundação SM acaba de lançar o Panorama do Ensino Religioso no Brasil – Relatório 2024, desenvolvido pelo Observatório da Religião na Escola (ORE). A pesquisa foi oficialmente apresentada ao público em noite de evento na sede da Fundação, na Av. Paulista, em São Paulo.
No encontro estiveram presentes: Lander Gaztelumendi Iriarte, Vice-diretor da SM Educação em Madri, Espanha; Janaína Paim, Diretora de Negócios da SM Educação (Brasil), e Humberto Herrera Contreras, Assessor do Ensino Religioso na SM Educação, e Érica Carvalho, gestora da FSM no Brasil.
Estiveram também presentes, como comentaristas do novo estudo, os seguintes especialistas da área de ensino: a socióloga Alcielle dos Santos (membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República), João Batista Gomes de Lima (presidente da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil – ANEC), Danilo dos Santos (Assessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB), Carlos Silva (Secretário-executivo da Associação Brasileira de Instituições Educacionais Evangélicas – ABIEE).
Pela primeira vez no país, é possível obter uma visão abrangente e científica sobre como o Ensino Religioso é recebido e avaliado no sistema educacional, o que possibilita uma análise aprofundada das diversas opiniões e experiências relacionadas a essa área.
A pesquisa segue metodologia científica de análise e contempla a diversidade cultural e religiosa brasileira.
Contribuições para a Educação e a Cidadania
Os resultados do relatório revelam a importância do conhecimento religioso na formação dos estudantes e no processo educacional como um todo. O estudo demonstra como o Ensino Religioso contribui para a construção da identidade pessoal dos estudantes, promovendo valores essenciais como assertividade, empatia, tolerância e inclusão. Tais contribuições podem ser vistas como fundamentais para a formação de uma cidadania democrática e global significativa.
A presença do conhecimento religioso nas escolas, portanto, é relevante e essencial para o desenvolvimento integral dos estudantes e para a promoção de uma sociedade mais justa e equitativa.
Dados gerais da pesquisa
Foram entrevistados 1.000 estudantes, sendo 69,9% do Ensino Fundamental e 30,1% do Ensino Médio. Todas as regiões do país foram representadas proporcionalmente. Em termos de gênero, 82,2% das respostas são de estudantes do sexo feminino e 17,7% masculino.
Para o grupo dos professores, foram entrevistados 500 profissionais, entre homens e mulheres. Deste total, 68% de professores(as) são de instituições públicas e 32% de escolas particulares, representando proporcionalmente sua realidade no país como um todo.
Já a respeito das famílias brasileiras pesquisadas, 68% informam que seus filhos frequentam escolas públicas, enquanto um terço (32%) são alunos de escolas particulares.
Perfil religioso de estudantes, famílias e docentes
Quanto à definição religiosa, dois em cada três estudantes se declaram católicos (66,3%), evangélicos (14,8%), de outras religiões (10,2%) e apenas 1,7% são ateus; 6,6% se declaram indiferentes.
A conclusão dessa resposta é clara: 91% dos estudantes brasileiros afirmam que acreditam em Deus (ou outra ideia de divindade), levando em consideração a diversidade de crenças e religiões, embora haja uma clara predominância de católicos.
Já em relação às famílias, quase a metade se declara católica, com uma porcentagem maior de pais (51,7%) do que de mães (46%). Quase um terço das famílias se definem como evangélicas, sendo que as mães representam a maior porcentagem (37,3%) em comparação com os pais (27,7%). E 12% das famílias dizem ter outra religião, sem diferença entre pais e mães. Só 2% dizem que são ateus e quase a mesma porcentagem diz que é agnóstica.
No que se refere aos professores e professoras, 93% dos entrevistados declaram alguma prática religiosa. Um pouco mais de um terço (35,6%) responde que sua prática religiosa é muito frequente; uma porcentagem semelhante afirma ter uma prática frequente (36%); e ainda há um grupo menor de prática pouco frequente (21%). Apenas 6,4% respondem que a prática é nada frequente. Assim, os resultados revelam uma prática religiosa entre a grande maioria dos(as) professores(as) de ensino religioso no Brasil.
Contribuições para a cidadania democrática
Neste quesito, 67,3% dos estudantes consideram que o conhecimento religioso os ajuda a ser mais responsáveis. O percentual demonstra que a percepção de uma contribuição educacional do Ensino Religioso relacionada ao cuidado consigo mesmo, com os outros e com o planeta é aceita por pelo menos dois terços dos estudantes. Os estudantes que não reconhecem essa contribuição representam apenas 18% e os que respondem com indiferença, 14%.
Satisfação das famílias com o Ensino Religioso
Mais da metade das famílias está satisfeita (38,7%) ou muito satisfeita (20%) com o Ensino Religioso. A soma de ambas as respostas satisfatórias resulta em 58,7% de respostas positivas, ou seja, a maioria. Os que discordam (18%) ou discordam totalmente (4,7%) desta afirmação também somam uma porcentagem importante, pois uma em cada cinco famílias demonstra insatisfação com a formação que seus filhos recebem no Ensino Religioso. Também é relevante o fato de que 18,7% responderam como indiferentes a essa pergunta.
Esta percepção de alguma forma se relaciona com uma das primeiras questões da pesquisa. As respostas a essa pergunta revelam que pais e mães ouvidos se consideram os primeiros responsáveis pela educação de seus filhos, muito antes de outros, como o Estado ou os professores. Isto é, 94,7% das famílias afirmam que são elas as primeiras responsáveis.
Impactos e Perspectivas Futuras
Através de metodologia completa e de análise sociológica de qualidade, a Fundação SM chega a uma visão integral e precisa de como o Ensino Religioso é visto em vários contextos educacionais.
O assessor do Ensino Religioso na SM Educação no país, Humberto Herrera, destaca que o Relatório “contribui no fortalecimento da identidade pedagógica do Ensino Religioso e nos convida a refletir sobre a sua contribuição na formação dos estudantes, em termos de cidadania e cultura de paz”. Para Herrera, o Relatório representa “uma ‘escuta’ fundamental para avaliar os processos de aprendizagem de forma responsável e comprometida com o bem comum”.
A gestora da Fundação SM no Brasil, Érica Carvalho, por sua vez, comenta que a pesquisa realizada para o Observatório da Religião na Escola é extremamente relevante para a educação. “Apesar de a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deixar claras, como componente curricular, as habilidades e competências para Ensino Religioso, não tínhamos ainda um estudo dedicado exclusivamente ao tema”, lembra. A executiva assinala que ouvir professores, famílias e estudantes “abre possibilidade para um direcionamento das necessidades e expectativas que cercam este componente, independentemente da prática religiosa”.
Sobre a Fundação SM
A Fundação SM, sediada em Madri, tem longa trajetória de apoio ao Ensino Religioso nas escolas. É proprietária do grupo educativo SM, na Espanha e na América Latina, nos países em que está representada (Chile, Porto Rico, República Dominicana, México e Brasil).
Desde a sua criação, em 1977, a Fundação SM tem se dedicado à promoção do Ensino Religioso e à formação de professores, tanto em instituições públicas como privadas.
O lançamento do Observatório da Religião na Escola em 2019 é reflexo deste compromisso. Por meio de pesquisas como o “Panorama do Ensino Religioso na Espanha” (2020), no Peru (2021) e agora no Brasil (2023), a Fundação SM busca consolidá-lo como referência, promovendo um entendimento mais profundo do papel do conhecimento religioso na educação.
Acesse o site da Fundação SM e saiba mais sobre o Observatório da Religião na Escola.
Foto: Divulgação/Fundação SM.